top of page

Ruído da Subestação Fernão Dias em Atibaia é alvo de estudo inédito da Unicamp

  • Foto do escritor: Jornal Estancia  de Atibaia
    Jornal Estancia de Atibaia
  • 29 de mai.
  • 3 min de leitura

Atualizado: 30 de mai.

JORNAL ESTÂNCIA de ATIBAIA

por: Marli Romanini

Subestação Fernão Dias, no Bairro Boa Vista, em Atibaia
Subestação Fernão Dias, no Bairro Boa Vista, em Atibaia

Estudo é conquista histórica dos moradores do Bairro Boa Vista, no entorno do empreendimento, que sofrem com o ruído e pressionaram órgãos públicos e empresas


A pressão popular para que empresas e órgãos públicos encontrassem formas de mitigação do ruído perturbador emitido pela Subestação Fernão Dias, no Bairro Boa Vista, em Atibaia, resultou na elaboração de um estudo científico inédito no Brasil e no mundo. A Unicamp já está à frente do chamado “Monitoramento Sonoro do Entorno da Subestação Fernão Dias”, para avaliar fontes de ruído, sua propagação e maneiras de mitigar o incômodo.


Representantes da comunidade do Boa Vista, do MAS – Movimento dos Atingidos por Subestação, da Unicamp, do Ibama, da prefeitura de Atibaia e da MSG – Mata Santa Genebra, empresa que comanda o pool de empresas da Subestação, estiveram reunidos nesta quarta-feira, dia 28, para debater o problema do ruído e encaminhar a nova fase do estudo.


Até hoje, as normas de licenciamento ambiental não abrangiam o tipo de ruído que vem afetando a população do Boa Vista e que é detectado em estações similares pelo mundo todo, segundo o professor da Unicamp, Paulo Barbosa. O estudo da Unicamp, poderá, portanto, trazer novos parâmetros para futuros processos de licenciamento de novos empreendimentos e já apontar tipos de barreiras a serem implantadas pelas empresas para se evitar a propagação do som.

Subestação Fernão Dias, no Bairro Boa Vista, em Atibaia
Reunião dos moradores sobre a Subestação Fernão Dias

Os engenheiros da Unicamp prevêem para janeiro de 2026 os primeiros resultados do estudo, que agora se encontra em fase de instalação de equipamentos para a realização de diagnóstico. Dentro da Subestação foram instalados sonômetros próximos às fontes de ruído, como transformadores, reatores e condensadores estáticos, além de uma estação metereológica para medir a interferência das condições climáticas na propagação do ruído.


Agora, a equipe da universidade irá instalar, mediante autorização dos moradores, 20 sensores nas áreas próximas às residências para medir o som de maneira contínua. Esses sensores serão capazes de qualificar o som com recurso de Inteligência Artificial, distinguindo silvos de pássaros e buzinas, entre outros, para medir o nível de trasmissão sonora da Subestação.


Importante lembrar que o ruído, similar a uma bomba de poço, perturba e afeta a paz de pessoas a até 4km de distância da fonte emissora, em diferentes intensidades.


O coordenador do Ibama, Felipe Nabuco, admitiu que o impacto do ruído não foi adequadamente tratado por ocasião do licenciamento ambiental, por falta de normas específicas. Em consequência, hoje, moradores do Boa Vista relatam muitos problemas de saúde, como irritabilidade, dores de cabeça, dificuldades de audição, distúrbio de ansiedade, dificuldade para dormir, entre outros.


Bruno Masiero, coordenador do estudo acústico na Unicamp, se comprometeu a levar as questões de saúde da população aos setores médicos da universidade, alegando que esses problemas seriam tema de outro estudo. Os estudiosos explicaram que a poluição sonora por ruído tonal causa uma série de sintomas em escalada, com alterações metabólicas até o estágio de morte, e que esse tipo de emissão também será englobada nas avaliações do estudo.


Os moradores se mostraram ansiosos pelos resultaados que virão e, principalmente, como se dará a solução para o problema. Eles puderam relatar sua relação com o ruído por escrito e oralmente, e lembraram aos representantes do poder público municipal presentes sobre a importância de se coletar dados comparativos sobre a evolução do quadro de saúde das pessoas daquela localidade, uma vez que já é possível perceber disfunções orgânicas similares em vários moradores ao mesmo tempo.


A Subestão Fernão Dias é um mega-empreendimento que viabiliza a transmissão de energia gerada nas usinas do Norte do país para o Sudeste. Além de medir os equipamentos dentro da Subestação, a equipe da Unicamp irá monitorar as torres de transmissão, que atravessam os quatro cantos do bairro e também emitem ruídos.


A realização do estudo foi determinada pela Aneel – Agência Nacional de Energia Elétrica - após persistentes reclamações dos moradores junto ao Ibama, ao Ministério Público Federal e Ministério das Minas e Energia, com apoio dos parlamentares do PSOL Carlos Giannazi, na Alesp, e Luciene Cavalcanti, no Congresso Nacional.


Commenti


Banners web-02.jpg
Banner-destaque.png
Banner-destaque.png
Banner-destaque.png
Banner-destaque.png
anuncioNOVOconc.png
WhatsApp Image 2023-11-08 at 15.41.27.jpeg
REGIÃO
  • Branca Ícone Instagram
  • Tópicos
  • message

Receba nossas Notícias e Informações

Obrigado pelo envio!

(c) 2021 Desenvolvido, Direitos reservados à Jornal Estância de Atibaia.

bottom of page