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O mercado de apostas e o crescimento de vítimas de golpes no Brasil

JORNAL ESTÂNCIA DE ATIBAIA por: Gustavo Alonge As mídias digitais são importantes ferramentas e recursos para o crescimento da economia e para auxiliar na vida de empresas e empreendedores. Porém, existe um lado obscuro dessas plataformas que é utilizado por organizações criminosas e que merece um grande cuidado pelos usuários brasileiros. Ganhou as manchetes recentes uma nova modalidade de golpe eletrônico: o Jogo do Tigrinho ou Jogo do Tigre. Trata-se de uma plataforma de apostas que vem deixando milhares de vítimas com prejuízos financeiros irreversíveis. A tática da quadrilha é a de utilizar influenciadores digitais para dar publicidade aos ganhos irreais que o jogo proporciona. Esses influenciadores produzem vídeos que exibem ganhos de grandes valores em reais, além da compra de carros milionários. Histórias falsas de sucesso que são usadas como isca para atrair as vítimas. Aqui no Brasil, esse mercado de apostas digitais cresce diariamente, o que exige que ele seja analisado com muito cuidado. Não há, atualmente, uma regulamentação específica, o que facilita a vida de golpistas para atuarem nesse gigantesco mercado, que movimenta milhões e já está inserido em nossa cultura digital. Entretanto, existe uma série de empresas sérias que atuam nesse mesmo ramo digital e que acabam sofrendo as consequências desses grupos criminosos. Então, é importante que o usuário avalie com muito critério antes de ingressar em qualquer tipo de plataforma de aposta ou jogos digitais. Tudo que envolve dinheiro, envolve um risco muito grande. O Jogo do Tigre não é o único que recebe reclamações de pessoas que ficaram no prejuízo. Na internet, é possível encontrar muitos jogos que sugerem trazer grande retorno, mas, depois, frustram usuários. Existem as rifas virtuais, por exemplo, também publicizada por influenciadores. Como os jogos não são desenvolvidos pelas casas de apostas, eles podem aparecer em mais de um site, geralmente dentro de categorias como "cassino online", o que é proibido no Brasil. Também podem ser definidos como "jogos crash": nessa categoria, o jogo exibe um multiplicador de aposta, e a missão é decidir até onde continuar na rodada antes que ela seja encerrada pelo próprio jogo, o que faz o jogador perder tudo o que apostou.
Para se ter uma ideia do tamanho do problema, o Brasil é, atualmente, o terceiro país que mais utiliza sites de apostas do planeta. Só perdemos para os Estados Unidos e Reino Unido. Ou seja, estamos reunindo um grande contingente de usuários de plataformas digitais diversificadas, atraindo adeptos de esportes, cassinos e jogos de azar. Segundo levantamento promovido pela consultoria internacional Comscore, o país vem apresentando, desde 2019, um crescimento expressivo no tempo de consumo, que chega a 281%, totalizando 2 bilhões de minutos consumidos em apenas um mês.
O levantamento também aponta que hoje são 42,5 milhões de usuários únicos nessas plataformas, o que equivale a 32% da população digital do país. A maioria (80%) do contingente de usuários citados se conectaria ao segmento de apostas exclusivamente por meio de dispositivos móveis. Outro detalhe relevante é que quase metade (49%) dos apostadores pertence a classe C, e 61% são homens com idade superior a 45 anos.
Diante desse cenário que se agrava a cada dia, é fundamental que as empresas digitais realizem um movimento organizado de conscientização sobre apostas e jogos virtuais. Trata-se de um mercado que envolve uma série de empresas e de empregos e que, caso não seja discutida uma regulamentação de forma urgente, corre o risco de perder sua credibilidade. Os influenciadores também precisam pensar em todas as responsabilidades, inclusive as criminais, que ensejam sobre essas falsas empresas e promessas. Para empresas e influenciadores, o risco de ter sua marca manchada para sempre e ser cancelado é muito grande, em caso de associação com essas casas de apostas virtuais que servem como pano de fundo para criminosos.
E o usuário final, o apostador, deve tomar o máximo de cuidado com promessas milagrosas. Vale ressaltar que uma premissa básica para golpe eletrônico é que se alguém está prometendo altos ganhos em pouquíssimo tempo, provavelmente essa promessa é enganosa e não vai acontecer. O jogador certamente vai perder dinheiro. Outro princípio que o usuário deve seguir é que, antes de realizar qualquer compra online, deve verificar se existe a possibilidade de um teste gratuito de funcionamento da ferramenta para não realizar o investimento às cegas. E mesmo nas instituições e empresas sérias, o usuário deve ter muito cuidado e ter certeza de que não está clicando em link falsos, pois, hoje no Brasil, se clonam muitos sites para todos os tipos de golpes como roubo de dados e de dinheiro, em plataformas de bancos, lojas virtuais e também de apostas.
Portanto, é essencial que o apostador, caso não consiga evitar o mundo dos jogos, tome todos os cuidados possíveis para não ser vítima de organizações criminosas que prometem ganho de dinheiro fácil para legitimar seus golpes. Gustavo Alonge é CEO da Engajatech

O mercado de apostas e o crescimento de vítimas de golpes no Brasil

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